VOCÊ É O JARDINEIRO
- Mari de Carvalho

- 22 de jun. de 2020
- 3 min de leitura
Atualizado: 16 de ago. de 2022
A maioria das pessoas passam a vida reclamando das coisas que não gostam. A maioria das pessoas passam a vida fazendo coisas que não gostam.
Por quê?
Qual a questão por traz dos nossos padrões de comportamento? Por que insistimos tanto naquilo que sabemos que não nos faz bem?
No post passado falamos um pouco sobre ansiedade nesse período de quarentena, falamos sobre a super identificação com os pensamentos e crenças, com os medos e sentimentos e aqui a história se repete. Quando reclamamos de algo, afirmamos aquilo dentro de nós, é como se nossa mente fosse um enorme jardim, cheio de plantas, algumas precisam ficar no sol, de água em abundância, outras são tóxicas e precisam de adubo regularmente, algumas precisam de muito espaço e não se dão muito bem em vasos, enfim... você já sabe onde eu quero chegar. Sendo a mente esse enorme jardim, cabe a nós a manutenção desse espaço.
Se você deixar na sombra a planta que precisa de muita luz, ela vai morrer, simples assim. Seria bom se com a gente fosse tão fácil dessa maneira... Quer dizer, seria trágico, mas quando digo bom, entenda como: "de fácil percepção". Não é dessa maneira que acontece, então vamos mais a fundo nessa história de jardins... A nossa mente é esse grande jardim, cheio de plantinhas (que são nossos pensamentos) requisitando cuidados diferentes, pois cada uma delas se associam a humores diferentes, formas diferentes de se manterem vivas e saudáveis. Em meio a esse lindo jardim (mente), cheio de plantas (pensamentos), temos o mato (pensamentos negativos, reclamações) e ele nasce em meio a esse lindo jardim por diversos motivos: falta de cuidados por parte do jardineiro, alterações no solo, condições climáticas desfavoráveis, enfim, são muitos os fatores que podem contribuir para o aparecimento de mato no seu jardim, agora, tratar ou não é uma tarefa que depende apenas do jardineiro.
Quando reclamamos ou insistimos em fazer algo que não nos faz bem, damos energia a isso, damos Prāna ou Chi. Se você não arrancar o mato e tratar a terra, ele vai continuar crescendo, ele tem suporte pra isso, é assim com a nossa mente. Devemos nos concentrar no que queremos nos aproximar e não daquilo que queremos nos afastar - tratar o mato para que possamos plantar mais flores. E isso não quer dizer que precisamos mentir quando algo está ruim. "Meu jardim está ótimo", quando na verdade aquilo tudo é mato. Através do questionamento, podemos inverter essa perspectiva de negação: "Como meu jardim está tão bem se eu nem cuido dele?"
Toda transformação só acontece quando aceitamos aquilo que queremos mudar, o mato está ali, é um fato, é que nem ficar doente: quando você está doente você não diz "eu não estou doente", mas o que te diferencia da pessoa doente que diz "estou melhorando a cada minuto", é que ela já aceitou aquilo como um fato e agora está caminhando para transformar esse estado, ou seja, ela está cuidando do jardim!
E bom, como disse no início, são inúmeros fatores que contribuem para que esse caos se instale na sua jardineira, podemos falar disso mais pra frente... Não estou te comparando com outros jardineiros, quero que você compreenda que nesse seu jardim, mesmo que você possa contar com ajuda externa para limpar o mato, plantar novas plantas, colher novos frutos, só você vai saber se ainda existe alguma raiz malquista. Só você vai conseguir transformar de fato esse jardim, quando você colocar as mãos na terra.
Então eu te pergunto, seu jardim tem florido ou você já se acostumou e vê beleza em todo o mato?
Namaste,
Mari Fernandes.








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